quarta-feira, 18 de julho de 2012

A subjetividade da Perda- A perda da Afetividade e o uso de substâncias psicotrópicas III

As drogas são conhecidas e utilizadas pelo homem desde tempos imemoriais,
seja na forma de substâncias utilizadas em cultos religiosos, seja como instrumento
de prazer. É um fenômeno bastante antigo na história da humanidade Não se
conhece nenhuma sociedade na qual não exista a utilização de drogas de uma
forma ou de outra. A utilização destas drogas vai variar de época para época e de
cultura para cultura. O álcool, por exemplo, tão largamente usado entre nós, é
banido como substância perniciosa na cultura muçulmana, onde seu uso é
violentamente reprimido.
Segundo Cordás; Moreno, (2001), o uso de drogas sempre esteve presente
em diferentes grupos sociais que as utilizam por motivos que lhes são próprios,
variando em forma, freqüência e função.
Segundo Kalina (1993), a drogadição poderia ter a função de neutralizar uma
carência, diminuir uma ansiedade ou devolver, temporariamente, ao indivíduo uma
força perdida ou até mesmo uma esperança.
Para Freud (1930), em o Mal-Estar na Civilização, a intoxicação é uma das
formas de suspender a dor da existência na busca de prazer, evitando o sofrimento.
Assim, a droga seria oferecida como uma solução possível para os males da
vida, para suprir, de algum modo, as dificuldades emocionais, estejam elas ligadas
ao relacionamento humano, à perda de objetos de vida, ou à incapacidade de
encontrar satisfação para a realização de si mesmo.
Na atualidade, o uso abusivo de substâncias psicoativas atingiu um patamar
tão elevado que está no centro das discussões realizadas entre médicos,
psicólogos, professores, pais de família, adolescentes, idosos, enfim, a sociedade
em geral.
A droga, assim, constitui um grave problema de saúde pública, com sérias
conseqüências pessoais e sociais na vida das pessoas usuárias e da sociedade
como um todo.
As dificuldades na discussão sobre o uso de drogas sejam estas lícitas ou
ilícitas, estão em se buscar a compreensão de onde está o limite que torna uma
droga utilizada como fonte de prazer em um problema para seu usuário, sua família

e a comunidade. Este limite reside na relação que o usuário estabelece com a
droga: uma relação de uso eventual ou uma relação de dependência.
Tomando como exemplo o uso da cerveja gelada em dias de muito calor, para
algumas pessoas o prazer da ingestão se define em saciar a sede de forma mais
saborosa, entretanto, para outras pessoas pode, em determinadas circunstâncias se
transformar numa questão de maior gravidade, dentro de uma relação de
dependência que, extrapolando limites, levará o indivíduo a faltar com o respeito às
convenções sociais, o trabalho, a família e a própria auto-estima do usuário.
Nessa linha de raciocínio, em se tratando do álcool, droga lícita, entretanto
não menos droga, a grande diferença entre o consumidor eventual de álcool e o
compulsivo está na quantidade, na freqüência e, principalmente, na incapacidade de
este último controlar o desejo pela bebida.
O álcool, apesar de ser uma droga lícita, não difere substancialmente de
outras drogas ilícitas na formação da dependência. É a dependência entre o usuário
e qualquer tipo de droga (tabaco, álcool, maconha, cocaína, anfetaminas etc.) que a
torna o centro de qualquer debate sobre o assunto.
Apesar das diversas drogas provocarem diferentes efeitos, danos físicos e
psicológicos em maior ou menor grau, apresentarem síndrome de abstinência mais
ou menos severa, é o usuário que deve ser focado. O prazer eventual proporcionado
pela droga pode se tornar uma dependência para alguns e não para outros.

Para saber mais: http://www.slideshare.net/PESES/consumo-de-substncias-psicoactivas-3025196

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