sexta-feira, 20 de julho de 2012

Subjetividade da perda- perda da afetividade e o uso de substâncias psicotrópicas IV

Damos continuidade ao nosso tema, porém hoje nossa atenção estará voltada para a figura do usuario de drogas.


O DROGADICTO

No Dicionário Aurélio século XXI, o termo drogadição tem a seguinte
explicação: "Adicto" vem do lat. Addictu é um adjetivo, que significa 1) Afeiçoado,
dedicado, apegado. 2) Adjunto, adstrito, dependente. 3) Em medicina é quem não
consegue abandonar um hábito nocivo, mormente de álcool e drogas, por motivos
fisiológicos ou psicológicos”. Daí vem à expressão de indivíduo adicto. (Ferreira
2004 p. 522)
O termo drogadicto é preferido por alguns autores ao de toxicômano que seria
o usuário de tóxico + mania, que em psiquiatria mania é uma síndrome mental
caracterizada por exaltação eufórica do humor, excitação psíquica, hiperatividade,
insônia, etc., e, em certos casos, agitação motora em grau variável ou uma das duas
fases alternativas da psicose maníaco-depressiva, psicopatia que se manifesta por
acessos, que se alternam de excitação psíquica e de depressão psíquica, como por
exemplo, a psicose canábica causada pelo uso prolongado de maconha. Em resumo
define que se trata de pessoa propensa e apegada à droga, enquanto que
drogadicto é mais elucidativo e define quem passa a viver em função do tóxico em
(condição de escravo dependente) (KALINA, 1999).
Neurologicamente a drogadicção deve ser considerada uma doença. Ela está
ligada a alterações na estrutura e funções cerebrais, e isso torna a drogadicção
fundamentalmente uma doença cerebral. Inicialmente, o uso de drogas é um
comportamento voluntário, mas, com o uso prolongado um "interruptor" no cérebro
parece ligar-se, e quando o "interruptor" é ligado, o indivíduo entra em estado de
dependência química caracterizado pela busca e consumo compulsivo da droga.
O drogadicto, nega suas dificuldades, porque a sua dependência o faz
acreditar que o objeto provocador de suas manifestações comportamentais
anômalas é a droga que está fora de sua identidade e não dentro dele. A considera
como objeto que elegeu como o faz o desportista que escolhe uma modalidade
esportiva (KALINA, 1999).
A droga passa a ser um agente de todas as suas atividades e a única que
passa a confiar na sua relação com o mundo, tornando-se em conseqüência um
escravo (dependente) do tóxico.
Quando se inicia a dependência por ser um drogadicto, vive somente através
das drogas e em razão dela. Perde o afeto que o une as pessoas de seu círculo e a
transfere para a droga. Aos poucos vai se fechando num mundo restrito de pessoas
que usam droga, criando uma falsa concepção de que todos tanto os de dentro
como os de fora do grupo são usuários (KALINA, 1999).
Os drogadictos, via de regra, são personalidades dominadas por angustias e
temores, cuja qualidade e intensidade os convertem como portadores de
sentimentos insuportáveis para o seu ego, a insegurança em si mesmo, a baixa
auto-estima e a desorganização de seus valores no seu ser, estar e agir criam uma
enorme insegurança, e o medo de ser destruído cria uma forma paranóica violenta
que domina este tipo de personalidade, daí a estrutura volúvel do adicto que possui
uma resistência psicológica muito fraca. (THEOPHILO 2004)
Segundo esse mesmo autor, não existe uma estrutura definida de
personalidade que conduza a adicção desde que o próprio conceito de
personalidade é complexo. Existem centenas de definições. De forma geral
podemos dizer que é um conjunto de padrões de comportamentos tais como pensamentos, sentimentos e crenças características de um indivíduo.
Vale a pena lembrar que o termo atual e politicamente correto para drogadicto(termo mais científico) é usuario.
 
Imagens de cérebros de usuarios de drogas




 

Para saber mais:

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