Continuando nossa
abordagem anterior falaremos um pouco sobre drogas, drogadicção e adicção.
A dependência química
é uma das doenças psiquiátricas mais freqüentes da
atualidade. Trata-se
de uma síndrome caracterizada pela perda do controle do uso
de determinada
substância psicoativa. Os agentes psicoativos atuam sobre o
sistema nervoso
central, provocando sintomas psíquicos e estimulando o consumo
repetido dessa
substância (REGACCI, 2003).
Nesse contexto, é
interessante descrever o que é a drogadicção e a adicção.
A drogadicção vem
sendo considerada uma doença recidivante e crônica,
caracterizada pela
busca e consumo compulsivo de drogas. A chamada adicção a
drogas é considerada
como uma dependência de substâncias químicas, de acordo
com a definição da
Associação Americana de Psiquiatria, entretanto, é importante
distinguir entre o
uso moderado de substâncias, o abuso de substâncias e a
dependência de
substâncias (adicção). Nos seres humanos, felizmente, a grande
maioria dos simples
usuários de drogas não se torna usuário abusivo ou dependente
químico. (REGACCI,
2003)
As alterações
cerebrais e os prejuízos no funcionamento do organismo são
específicos para cada
droga.
Os efeitos neurológicos do uso contínuo da maconha
Os efeitos neurológicos do uso contínuo da maconha
são a dificuldade de
aprendizado, retardamento de raciocínio e lapsos de memória.
Mais graves são as
conseqüências da cocaína.
Seu uso está associado a complicações cardiovasculares e neurológicas graves (REGACCI, 2003).
Seu uso está associado a complicações cardiovasculares e neurológicas graves (REGACCI, 2003).
Praticamente todas as
drogas que podem gerar abuso exercem, direta ou
indiretamente,
efeitos cerebrais profundos. Estudos desenvolvidos por Marques e
Cruz (2000) indicam
que as pesquisas neurofisiológicas sugerem que as drogas
psicotrópicas usadas
de forma abusiva estimulam a ação dopaminérgica em vias
mesolímbicas de
recompensa, localizadas na área tegmentar ventral e no núcleo
accumbens, o que
teria papel determinante no estabelecimento de dependência.
Além de agir sobre
vias dopaminérgicas, cada substância age também em outros
neurotransmissores, o
que faz com que os vários tipos de drogas tenham efeitos
diferentes. Assim, o
álcool e outros depressores do sistema nervoso central, como
os benzodiazepínicos,
agem estimulando a neurotransmissão gabaérgica,
provocando um efeito
inicialmente desinibidor e posteriormente depressor.
Dentro desse sistema
dopaminérgico mesocorticolímbico estão sistemas de
alguns
neurotransmissores, como por exemplo, o ácido gama-aminobutírico (GABA), o
glutamato, a dopamina, a serotonina e os peptídeos opióides, juntamente com suas
conexões com o núcleo acumbens e amígdala. (MARQUES e CRUZ 2000).
A ativação desse
sistema mesolímbico de recompensa parece ser elemento
comum a todas as
drogas que fazem com que o usuário continue a consumi-las.
Essa atividade não é
exclusiva de uma única droga. Todas as substâncias que
provocam adicção
afetam esse circuito. . (MARQUES e CRUZ 2000) Na opinião de Regacci (2003)
existem muitos fatores envolvidos no desenvolvimento de dependência, como por
exemplo, a disponibilidade da droga, a via de administração, o componente genético
da pessoa, histórico pessoal de outras dependências, e estresse e eventos
traumáticos de vida, enfim, complementa a autora, pode-se dizer que para a
transição do simples uso de droga à drogadicção muitos fatores atuam
combinadamente. O desafio atual da ciência é descobrir quais são os elementos
neurobiológicos e quais são as diferenças individuais capazes de vulnerabilizar
pessoas para a dependência química.
Para o
desenvolvimento da dependência é necessário que se recorra aos
efeitos prazerosos da
droga. Esse efeito prazeroso chama-se Reforço Positivo. O
foco do mecanismo
neurológico dos efeitos de Reforço Positivo capaz de gerar
consumo abusivo de
drogas tem sido o sistema mesocorticolímbico dopaminérgico e suas conexões com
o cérebro basal anterior (MARQUES e CRUZ 2000).
Ilustração: Jurema Sampaio
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Quer saber mais?
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ácido
gama-aminobutírico
amígdala
dopamina
glutamato
mesocorticolímbico
mesolímbicas
núcleo acumbens
neurotransmissão
gabaérgica
peptídeos opióide
Reforço Positivo
serotonina
Como está claramente exposto na revista Cérebro e Mente (http://www.cerebromente.org.br/n08/doencas/drugs/abuse04.htm) desde que foi publicada em 1999:
ResponderExcluirIlustração: Jurema Sampaio
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esta ilustração é de minha autoria, favor dar os devidos créditos.
Obrigada.
Jurema Sampaio