Continuando nossa
temática sobre “A Subjetividade da Perda”, dentro do subtema “Perda da
Afetividade” abordaremos hoje sobre as drogas e apresentamos um estudo de caso.
Ninguém mais
desconhece os malefícios que podem surgir na vida de quem
usa drogas, tanto as
legais quanto as ilegais. Entretanto, fatores de risco são
condições que, quando
presentes no indivíduo, na família, na escola, entre pares ou
na comunidade,
aumentam a probabilidade do uso indevido de drogas, ocorrendo
isoladamente ou em
conjunto. No entanto, é preciso esclarecer que a existência de
fatores de risco não
implica, necessariamente, no consumo, mas uma situação de
risco pode contribuir
para que o indivíduo sinta vontade de experimentar drogas, o que não quer dizer
que ele será um usuário abusador ou dependente.
Além de enfermidades
e mortes, o consumo de drogas associa-se a uma série de problemas psicológicos
e sociais, estando os jovens situados no grupo de maior risco para o uso
experimental e possível abuso de substâncias, especialmente o álcool, o tabaco
e a maconha. Entre as possíveis consequências negativas, podemos mencionar desintegração
familiar, depressão, violência e acidentes de
trânsito.
Acompanhe-me em um estudo de
caso: Marcos Alexandre (nome fictício), M.A. não conheceu seus pais biológicos,
foi criado por sua mãe adotiva que o encontrou no lixo, relatou que na infância
era maltratado pela mãe adotiva que lhe dizia “só pode me chamar de mãe o filho
que nasceu da minha barriga”. Temos aqui a demonstração de uma perda afetiva, a
mãe cuja função seria de dar a segurança para esta criança, não exerceu seu
papel, causando o sentimento de rejeição, baixa autoestima e baixa autoimagem.
Quando diagnosticado,
procuramos trabalhar neste indivíduo a sua autoimagem como ser e sua autoestima,
canalizando novos valores, acreditando na possível mudança desde que o mesmo
tenha consciência desta busca e de sua vontade de mudar, pois quando ele cria a
vontade de sair desse lugar, ele cria uma nova perspectiva e evolução, analisando
e observando isto sob a abordagem humanista.
Em sua infância M.A. não
teve a oportunidade de brincar, ficava trancado dentro do quarto, era
maltratado pelos parentes da mãe adotiva, havia entre eles um que lhe batia com
cabo de arma de fogo e muitas vezes quando estava dormindo pisava no seu pescoço
e colocava a ponta de faca em seu rosto, o que lhe causava grande revolta e
rancor.
Na pré-adolescencia, aos 12
anos de idade, começou a usar maconha, aos 13 começou a usar o crack, experimentou
cola de sapateiro e cocaína, esta fase marcou sua vivência no mundo do crime.
Atualmente aos 21 anos, uma
pessoa que ele considera sua irmã o levou ao centro de reabilitação. Fui designado
para entrevista-lo.
Na minha entrevista
perguntei:
1-
O que é mais importante para você?
R=
Minha recuperação e passar por toda essa turbulência.
2-
-O que você mais ama?
R=.A
minha vida.
3-Se fosse possível voltar o
tempo o que você faria?
R= Voltava a estudar e não
usar drogas nenhuma, dar mais valor a vida, ser sincero, abandonar a vida que
era antes e não me meter em coisas erradas.
4-Qual é o seu sonho?
R= viver com a minha família
do meu sangue, esquecer o passado, não
meter com as drogas e ganhar dinheiro. Deus já me deu uma visão neste período
de internamento: ser Cristão, que é uma vida que tem sossego, não viver de
engano e sofrimento, é isso que falta em minha vida: uma pessoa que me amasse e me desse
valor.
M.A. observou ainda que não
sente mais vontade de usar drogas e que era tão viciado que o cheiro da madeira
era a mesma coisa do crack . E que gostaria de encontrar a mãe biológica.
A partir da observação deste caso podemos chegar a conclusão de que a falta da afetividade pode estimular fuga da realidade por meio do uso de drogas (substâncias psicotrópicas), em contrapartida as drogas proporcionam a perda da afetividade, pois seu uso conduz a vários danos psíquicos, sociais e neurológicos que levam a transtornos e quadro clínico psicótico e orgânico ( chama-se orgânico quando a enfermidade é perceptível no organismo humano).
A partir da observação deste caso podemos chegar a conclusão de que a falta da afetividade pode estimular fuga da realidade por meio do uso de drogas (substâncias psicotrópicas), em contrapartida as drogas proporcionam a perda da afetividade, pois seu uso conduz a vários danos psíquicos, sociais e neurológicos que levam a transtornos e quadro clínico psicótico e orgânico ( chama-se orgânico quando a enfermidade é perceptível no organismo humano).
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